sexta-feira

6-junho-2025 Ano 1

Será que seu filho sofre com “BrainRot”?

O consumo excessivo de vídeos curtos afeta a criatividade, atenção e laços sociais de jovens: um efeito crescente conhecido como BrainRot

Por Beatriz Garcia Toth, Julia Vargas Ramires, Maria Luiza Mazza, Mariana Brito e Rita Vituli

Elas deslizam os dedos pela tela antes mesmo de aprenderem a escrever. Assistem a desenhos animados no YouTube, jogam em tablets e conversam por videochamada. A tecnologia atravessa a infância do século 21, e milhões de crianças e adolescentes incorporaram o uso de telas à sua rotina.

Segundo a psicanalista Viviane Vivaldini, o uso excessivo desses dispositivos afeta todo o desenvolvimento infantil. Ela afirma que esse hábito reduz as experiências motoras, diminui a capacidade de concentração e aumenta a impulsividade. “Tenho observado crianças e jovens cada vez mais impulsivos e com grande dificuldade de lidar com frustrações do dia a dia. Situações simples, como a ponta do lápis quebrar, já são suficientes para provocar crises”, relata. De acordo com a especialista, o uso contínuo da tecnologia interfere na habilidade de lidar com problemas cotidianos. “Eles estão perdendo a iniciativa de resolver pequenos problemas, e qualquer contratempo se transforma em motivo de descontrole.”

O consumo contínuo de estímulos rápidos e superficiais faz com que o cérebro perca a capacidade de se concentrar em tarefas mais complexas. A leitura, por exemplo, que antes poderia ser uma atividade prazerosa, se torna mais difícil de realizar. Crianças e adolescentes começam a abandonar tarefas que exigem esforço mental e preferem consumos digitais rápidos, ainda que com pouco valor cognitivo.

Esses comportamentos vêm sendo associados ao fenômeno conhecido como BrainRot, termo que, em tradução livre, significa “degeneração cerebral”. Ele ganhou destaque em 2024, sendo escolhida a “Palavra do Ano” pelo dicionário Oxford, o que revela uma crescente preocupação com os impactos da tecnologia na cognição.

Popularizado nas redes sociais, o BrainRot descreve um estado de desgaste do bem-estar emocional e cognitivo, causado pelo consumo constante e desenfreado de conteúdos digitais de baixa complexidade. Esses materiais, geralmente curtos, repetitivos e pouco reflexivos, fragmentam o foco, reduzem o tempo de atenção e comprometem habilidades como o pensamento crítico e a criatividade.

A psicóloga Maria Beatriz Molina ressalta que o esvaziamento do engajamento cognitivo reflete um mecanismo de defesa psíquico. Para ela, embora a internet seja uma ferramenta poderosa para a construção do conhecimento, seu uso inadequado torna-se perigoso. “Apesar de essas plataformas oferecerem um vasto leque de informações, os algoritmos personalizam os conteúdos por meio da rolagem infinita, o que gera passividade nos usuários e reduz sua capacidade de tomar decisões conscientes.”

Na sala de aula, os efeitos já são perceptíveis. O professor David Tatsuo, do Colégio Liceu Albert Sabin, em Ribeirão Preto, aponta que o uso constante do celular está resultando em um processo de descarregamento do aprendizado. “Você acaba não tendo que fazer o pensamento crítico ou o criativo. É muito fácil sempre ter à mão e pesquisar na hora. Eu não preciso lembrar mais das coisas, nem discutir com alguém”, afirma. Para ele, essa facilidade pode estar relacionada à percepção de que a geração atual, em tese, apresenta um QI inferior ao das anteriores.

Embora a medicina ainda não reconheça oficialmente o termo BrainRot, psicanalistas, psicólogos e educadores já o analisam em suas reflexões e estudos. A gravidade com que afeta o cotidiano de crianças e adolescentes já é o bastante para gerar o alerta. Os especialistas enfatizam que os pais e responsáveis é essencial no controle do uso do aparelho móvel, embora ainda não reconheçam os prejuízos desse hábito.

Viviane Vivaldini chama atenção para a naturalização desse comportamento dentro das famílias. Segundo ela, muitos adultos se orgulham ao dizer que seus filhos já sabem mexer em aplicativos e são muito espertos. No entanto, essa associação entre inteligência e habilidade tecnológica ignora outras competências igualmente importantes. Quando exposta a telas por muito tempo, a criança perde oportunidades de interagir, exercitar a imaginação e criar vínculos com outras pessoas.

Oferecer celulares e tablets às crianças como forma de distração ou alívio imediato reforça padrões nocivos. O uso excessivo de telas se consolidou dentro de casa, com a conivência, ainda que inconsciente, dos adultos. Em muitos casos, os sinais comportamentais associados ao BrainRot passam despercebidos.

“As telas, além da luz azul que é hiper estimulante, causam perda da noção do tempo. É quase um efeito anestésico, semelhante ao de uma droga. Há uma mudança de comportamento muito clara e, a meu ver, negativa. A capacidade criativa e a imaginação estão quase atrofiando e cada vez mais as crianças apresentam quadros que podem ser ligados ao BrainRot”, relata Viviane.

Nesse contexto, a sensação de lentidão cognitiva associada ao BrainRot acende um alerta ainda mais grave ao se manifestar entre as novas gerações. Crianças e adolescentes crescem imersos em conteúdos digitais desde muito cedo, e a exposição contínua resulta em uma sobrecarga de efeitos que exigem atenção. Repensar o uso das tecnologias é, portanto, uma medida urgente para preservar o desenvolvimento saudável das futuras gerações.

Infância conectada: O BrainRot e seus custos

Na primeira infância (do nascimento aos 7 anos) a criança constrói suas referências de mundo. Por isso, pais, educadores e cuidadores devem criar um ambiente adequado, seguro e educativo, que favoreça o desenvolvimento pleno da criança e o desabrochar de seus sentidos.

Na primeira infância, ou primeiro septênio, é muito importante que os pequenos brinquem. Esse movimento é o preparo físico da criança, contribuindo para o desenvolvimento de seus reflexos e percepção espacial como um todo. Ao brincar, tanto sozinha quanto acompanhada, a criança desenvolve a criatividade e a imaginação. A professora Arlete Pires comenta que na educação infantil, o ato de brincar livre é essencial.

A imagem mostra um desenho feito a mão de um bebê sentado, descalço usando uma roupinha azul segurando um celular, também azul em suas mãos, suscetível ao BrainRot.
Infância roubada. Ilustração: Beatriz Garcia

Nesse período, os neurônios da criança são altamente moldáveis, aprendendo rápido e essencialmente por imitação. Os sistemas sensoriais vão evoluindo gradativamente, através da exposição ao ambiente. Além de aprender funções motoras básicas, ocorre neste período o início da formação de áreas cognitivas como atenção, memória e aprendizagem.

“Durante os primeiros anos de vida, o cérebro vai passar por um crescimento rápido com formação de conexões neurais essenciais. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades básicas, como a linguagem e a coordenação motora. Até por volta dos seis anos, também ocorre um processo de desenvolvimento intenso das áreas responsáveis pela linguagem e as habilidades motoras mais finas”, comenta Letícia Sampaio, neuropediatra do Hospital das Clínicas da USP, em reportagem publicada no site da Universidade Federal de Minas Gerais.

Perto dos 3 anos — e, mais tarde, na adolescência — o cérebro já começa a reconhecer quais caminhos entre os neurônios são mais utilizados, enquanto os caminhos excedentes são eliminados. Até os 6 anos, aproximadamente 90% das conexões neurais já terão sido formadas.

Durante esse período de intenso desenvolvimento cerebral, o ambiente em que vive e as interações que experimenta têm um impacto profundo sobre seus pensamentos e os princípios que carregará consigo. Após isso, como se observa na adolescência, o ritmo de absorção de informações e a flexibilidade do cérebro diminuem consideravelmente, sintomas típicos do BrainRot

Cada vez mais viciadas e hipnotizadas pelas telas, crianças e adolescentes têm sido expostos a uma série de problemas que vão além do físico, afetando também o comportamento, o psicológico e o emocional.

“Com a pedagogia Waldorf, que não utiliza telas, eu percebo muita diferença na atenção das crianças, na memória. O exercício da fantasia também, da imaginação, porque elas criam. É muito diferente quando a criança está diante de uma tela, ela não faz nada, ela não imagina, porque aquilo já é dado pronto para ela”, relata Arlete.

Quando uma criança permanece conectada, são ativadas vias de processamento cerebral predominantemente passivas. Além de não receberem estímulos ativos, elas deixam de adquirir conhecimentos significativos, limitando-se ao consumo de conteúdos “mastigados”. Por isso, estímulos rápidos e artificiais como os oferecidos por telas, não substituem o valor do brincar.

A exposição prematura às telas prejudica a criança na construção de seu senso de realidade, uma vez que ainda não diferencia exatamente o que é ou não real. Essa desconexão do mundo real e o fenômeno do BrainRot descrevem uma deterioração cognitiva gradual que ocorre devido ao consumo excessivo de conteúdos de baixa qualidade, como vídeos curtos e memes.

“Hoje, a gente está oferecendo para as crianças um mundo absolutamente precário; um mundo pobre de experiências reflexivas devido aos conteúdos digitais de baixa qualidade”, sentencia Welington Andrade, professor da Cásper Líbero.

Para ele, o antídoto está em reintroduzir a literatura e os textos críticos, incluindo a literatura infantil, de forma mais incisiva. São eles que permitem que crianças e adolescentes desenvolvam a abstração, estabelecendo uma relação conceitual, reflexiva e teórica com a linguagem. Isso fará com que os futuros adultos sejam capazes de construir o mundo real de forma complexa.

Quando expostas aos aparelhos eletrônicos, as crianças estão perdendo a capacidade de entender limites: coisas básicas, como esperar num restaurante ou fazer uma compra, são acompanhadas por um tablet; se os pais tiram o aparelho, muitas vezes a criança entra em crise.  

Para um uso “saudável” das telas, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que:

  • As crianças de até 2 anos não devem ser expostas a telas;
  • Crianças entre 2 e 5 anos devem ter no máximo uma hora por dia de tempo de tela;
  • Para as crianças de 6 a 10 anos, duas horas diárias.

O tempo de tela permitido às crianças deve ser sempre monitorado por um responsável, não apenas para garantir que a duração estipulada seja respeitada, mas também para assegurar que o conteúdo acessado seja adequado à faixa etária. É essencial estar atento ao tipo de material consumido, já que a exposição prolongada a vídeos curtos e altamente estimulantes, comuns em plataformas digitais, pode contribuir para o BrainRot.

Adolescentes em colapso digital

À medida que as crianças crescem e entram na adolescência, fase marcada pela busca de identidade, instabilidade emocional e desafios interpessoais, novos elementos impactam sua saúde mental. Um dos mais significativos é o uso intensivo da tecnologia. Estar constantemente conectado se tornou não apenas parte da rotina, mas um refúgio emocional, o que pode resultar em comportamentos compulsivos, consumo abusivo de mídias e o desenvolvimento de sintomas associados ao fenômeno BrainRot.

Essa geração de jovens está imersa em um mundo hiper conectado, onde a necessidade de estar sempre online e atualizada traz consequências para toda a vida. Pais e responsáveis observaram que as interações digitais substituíram muitas vezes, as relações presenciais.

Essa sobrecarga cognitiva e sensorial oriunda do digital tem afetado especialmente os jovens, que, apesar de serem considerados nativos digitais, são os mais vulneráveis aos riscos do uso inadequado das telas. Diversos estudos apontam uma correlação direta entre o uso excessivo de celulares e o aumento de transtornos como ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.

A revista Pediatric Clinics of North America destaca que essa geração enfrenta um volume de tensão inédito em comparação com grupos etários anteriores. O uso contínuo de dispositivos eletrônicos muitas vezes serve para mitigar o estresse causado por exigências acadêmicas, incertezas futuras e cobranças familiares e sociais.

O uso exacerbado das redes sociais impulsiona comparações constantes com padrões de “vidas perfeitas”, levando à baixa autoestima, insegurança e distorções de autoimagem. Um estudo da Universidade Mackenzie corrobora essa observação e alerta para os impactos psicológicos do ambiente digital sobre a identidade em formação.

A imagem mostra um desenho feito a mão de um menino pequeno, de cabelos escuros, vestindo um boné azul, uma blusa vermelha, uma bermuda azul clara, meias brancas e tênis azuis segurando um celular preto e vulnerável ao BrainRot. À direita, no chão, um caminhãozinho de brinquedo vermelho e laranja; à esquerda, no chão, um ursinho de pelúcia apoiado numa bola de futebol.
Os brinquedos perderam a graça. Ilustração: Beatriz Garcia

Apesar dos prejuízos, os especialistas reconhecem que estar conectado deixou de ser uma escolha e se tornou uma necessidade. Com o avanço das décadas, a internet passou a representar não apenas um símbolo social, mas também um recurso essencial na vida cotidiana.

A pandemia e a intensificação da dependência digital

A pandemia de Covid-19 acentuou esse cenário. Durante o período de isolamento, a tecnologia se tornou praticamente o único meio de interação com o mundo exterior. Crianças e adolescentes passaram a utilizar telas tanto para atividades escolares quanto para manter vínculos sociais. Esse uso prolongado não apenas intensificou a dependência digital, como também teve impactos profundos sobre o desenvolvimento emocional.

Segundo a psicanalista Viviane, a transição abrupta para o ambiente digital desencadeou uma desorganização das rotinas e agravou quadros de ansiedade, TDAH e outros transtornos mentais. Ao retornar para a vida normal, as crianças e os adolescentes enfrentaram novamente mudanças significativas em suas rotinas.

“Nos primeiros dias sem celular, muitos jovens demonstravam sintomas de abstinência, como se tivessem perdido uma droga”, relatam os alunos Rafael Silverio e João Chioda, do Colégio Liceu Albert Sabin. A professora Arlete, da Escola Waldorf Rudolf Steiner, também notou mudanças, como o aumento de casos de fobia social e dificuldades no retorno às interações presenciais; muitos jovens passaram a temer o convívio fora das telas.

Um estudo realizado pelo Instituto Papo de Homem evidenciou a importância de se analisar a saúde mental dos jovens em relação ao uso de celulares; segundo uma pesquisa feita pelo instituto, com auxílio da ONU – Organização das Nações Unidas, cerca de 44% dos jovens brasileiros se consideram viciados em usar o celular.

A Anatel (Administração Nacional de Telecomunicações, uruguaia) indicou que o Brasil encerrou fevereiro de 2025 estando em 5º lugar no ranking mundial de uso diário de dispositivos móveis.

O início precoce da dependência digital

A questão torna-se ainda mais preocupante quando se observa o comportamento das gerações mais novas. Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), entre 2015 e 2024, o número de crianças de 0 a 2 anos que utilizam a internet saltou de 9% para 44%. Na faixa etária de 3 a 5 anos, o crescimento foi de 26% para 71%. O índice de crianças de 3 a 5 anos com posse de dispositivos próprios também aumentou significativamente, de 6% para 20% no mesmo período.

Isso representa não apenas a antecipação da hiperconectividade, mas também a exposição precoce a conteúdos inadequados, sem a mediação adulta necessária, favorecendo sintomas do BrainRot.

A imagem mostra um desenho feito a mão de uma menina vestindo uma saia rosa, uma blusa com estampa de unicórnio e sapatos rosa, sentada num balanço de corda enquanto segura um tablet lilás nas mãos e assiste vídeos que causam o BrainRot.
As crianças estão perdendo tempo nas telas. Ilustração: Beatriz Garcia

O preço invisível da hiperconectividade

Ainda não se conhecem plenamente os efeitos a longo prazo dessa infância intensamente mediada por telas. O fato é que as novas gerações estão crescendo em um ambiente digital permanente, sem precedentes na história. Assim, torna-se urgente promover o equilíbrio no uso das tecnologias e incentivar a autoconsciência sobre os hábitos digitais.

Em um lançamento de 2018, a autora, pesquisadora e psicóloga Jean M. Twenge criou e utilizou o termo “IGen” em seu livro Porque as crianças superconectadas de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para a vida adulta. O termo foi o resultado de uma pesquisa baseada em entrevistas com 11 milhões de jovens e se refere à geração de pessoas nascidas a partir do meio da década de 1990 até 2012. Caracteriza-se por ter crescido com o uso intenso da internet e de dispositivos móveis, sendo a letra “i” no termo uma alusão à internet.

O consumo incessante de informações e conteúdos digitais tem se tornado um dos maiores desafios do século 21. Desde o momento em que acordamos, somos bombardeados por notificações e atualizações de redes sociais. Esse fluxo contínuo de estímulos ativa os circuitos de recompensa do cérebro, que liberam dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e gratificação. Isto cria uma dependência e um vício por recompensas digitais.

Para muitos, esse comportamento se torna uma forma de “fuga” da realidade. As telas, nesse sentido, oferecem um refúgio seguro. “Ali, a pessoa não precisa ser quem realmente é — ela pode ser quem quiser”, explica Viviane, psicanalista.

Para aqueles que sentem dificuldades de se conectar com outras pessoas ou que têm inseguranças em relação à sua identidade, a vida digital representa uma oportunidade de criar versões idealizadas de si mesmos. Neste espaço virtual, o indivíduo pode ser qualquer pessoa, sem a pressão ou as frustrações que surgem no mundo real. Porém, esse refúgio também vem com um preço.

À medida que a vida digital se torna mais presente, as relações humanas vão se tornando mais superficiais. Em vez de buscar uma conexão profunda, as pessoas se contentam com interações rápidas e vazias, muitas vezes motivadas por uma busca incessante por validação, como curtidas ou comentários em postagens.

De fato, essa imersão digital constante esgota a bateria dos aparelhos, prende-nos a tomadas e carregadores e drena nossa energia mental e o tempo diário.

O fenômeno é impulsionado por um comportamento compulsivo, ligado ao BrainRot, e a atenção dividida pela multitarefa imposta pelas notificações e aplicativos prejudica a concentração, afetando diretamente o desempenho no trabalho e nos estudos.

Diante desse cenário, cabe à sociedade, pais, educadores, profissionais de saúde e os próprios jovens refletir sobre o uso responsável das tecnologias e adotar medidas preventivas para mitigar os efeitos da hiperexposição digital sobre o desenvolvimento emocional e mental das novas gerações.


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